segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Grito Rock 2010 Boa Vista - Segunda Noite

A lua apareceu tímida na segunda noite, que já começou com os primeiros acordes de uma zoeira infernal, os responsáveis pelo barulho foram os caras da HCL (RR), um power trio que fez um punkrock/hardcore honesto tomando de assalto a galera que curte o som. Pra quem não conhece a HCL, é uma banda quem vem numa ascendente a cada apresentação, e tem conquistado em muito o público. Como um serial killer deixaram um rastro de canções enfatizando o caos, a insatisfação e a fúria juvenil com muita propriedade. Um futuro próspero os aguarda, e parafraseando os Replicantes (uma das maiores bandas punks do Brasil) “O futuro é Vortex”, bom ficar ligado nesses caras!!!


HCL - Evolução a cada show

Na mesma pegada hardcore/punk rock, os amazonenses da Bandaid, isso mesmo!! Bandaid!, subiram ao palco do Grito Rock 2010,e incorporaram recursos de teclados e sintetizadores, a riffs acelerados e uma empolgação que fez a galera que ainda chegava as dependências da Praça Velia Coutinho, vibrar, gritar e até ensaiar uma roda de pogo. A banda tem exímios músicos e flerta com experimentalismo sempre dentro do som pesado. Rock n´Roll é atitude e isso a Bandaid tem de sobra.

Por motivos de força maior a banda Kandelabrus (RR), não pode se apresentar no palco do Grito Rock 2010 – RR, e foi substituída a altura pela Rolling Bones.

Enquanto o palco era preparado para a próxima atração, a galera deu uma circulada e aproveitou para dar uma conferida nas barracas de comidas, bebidas, bazar com venda de instrumentos musicais, stands de acessórios e com material das bandas que estava sendo vendido no local.

Stand da loja Bela Biju


Banquinha Canoa Discos


Discos para venda da Banca Canoa


No GritoRock 2010, também foram exibidos filmes, curtas, clips e documentários. Sendo eles: Workmachine, de Cláudio Lavôr, Remanescente das Sombras, do diretor Alex Pizano, o clip “Teu Sorriso”,da Banda Somero,com direção do mesmo Alex Pizano, DOC Roraimera, do diretor Thiago Bríglia, com direção musical de Cláudio Lavôr, Nas trilhas de Makunaima, também dirigido por Thiago Bríglia, e direção musical de Cláudio Lavôr, mostrando que os cineastas de Roraima, não devem nada a ninguém no circuito nacional, e estão revolucionando a película na região norte.

Misture Led Zepellin, Rolling Stones,Black Crowes, Matanza, nicotina e uma garrafa de Jack Daniel´s, e sabe o que você terá?? Rolling Bones (RR). A banda elevou a temperatura da noite e a corrente sanguínea de quem estava ansioso para vê-la. O vocalista Mr.Gonzo (que já havia tocado na noite anterior com a Veludo Branco) mandou de cara o recado: “A gente quer se divertir, tocar Rock’n’Roll e chutar o traseiro de vocês Motherfuckers”.

Rolling Bones - Atitude punk e discurso anarquista

O quinteto fez uma linha de frente clássica do rock e começou o show em alta voltagem. Com uma boa postura de palco aliada a uma extrema competência dos músicos, a Rolling Bones despejou no público, uma munição pesada de riffs, e fez todo mundo gritar, pular e aplaudir muito cada música de um ótimo set list, que ainda contou com covers dos Rock Rockets e Cachorro Grande.

Um puta show que fez muita gente pedir bis e correr pra tomar uma cerveja bem gelada. No fim o vocalista ainda mandou um “Salve” enaltecendo a qualidade de cada banda que passou pelo palco do Grito Rock 2010, mostrando humildade com H maiúsculo e pintado de ouro. Você leitor que não foi ao Grito Rock 2010, “Não sabe o que perdeu”.

O show da cantora Euterpe (RR) começou muito bem e foi ficando cada vez melhor, mesmo sem a presença de uma banda (detalhe logo resolvido pelos antenados da Duende Trio, que deram uma turbinada no som fazendo a cama para que a cantora deitasse,rolasse e tocasse num grande momento da noite) cumpriu com sucesso a expectativa pela sua apresentação. Na esteira do seu disco “Batida Brasileira”, lançado pelo projeto Pixinguinha, da Funarte, a cantora mostrou-se dona do palco, dando um toque de charme, presenteando a todos com a beleza de sua voz. Euterpe transmitiu ao público uma genialidade com uma atmosfera bem agradável e melodias palatáveis.

Ninguém que esteve a Praça Velia Coutinho na segunda noite do Grito Rock – RR, pode deixar de reconhecer essa jóia da música roraimense e nacional. Euterpe, é para ouvidos bem reciclados, é só conferir e sair dançando!!!

Agora é a vez da promessa do rock local Ostin (RR). A banda segundo o vocalista Felipe, manda um pop rock, bebendo na fonte de Fresno, NX Zero e Blink 182. Os caras começaram por diversão e a brincadeira tomou grandes proporções, tanto que a banda já produziu um single “É Fácil”, que pode ser baixado no myspace.com/bandaostin. Com 7 meses de estrada, a Ostin pisou no palco do Grito Rock2010, fazendo um barulho com muita atitude e uma disposição de deixar muitas bandas veteranas com o bico rachado.

Ostin - Promessa de 2010 do rock roraimense


O que se viu foi um show sem ranhuras e sem enrolação, que deu uma sacudida na galera. Os “Ostinados” tem muita bala na agulha e muito chão a percorrer, e estão indo na direção certa. A renovação da cena roqueira é necessária e faz parte de uma metamorfose eminente, e a Ostin prefere isso ater a velha opinião formada sobre tudo. Let´s Rock!!!

Já era madrugada, quando a Alt F4, uma das line ups do festival e talvez a banda mais esperada da segunda noite, subiu ao palco e fez uma apresentação visceral, mostrando uma intimidade exacerbada com a galera .A banda tem uma veia hardcore com um pé no pop rock, e mandou um som bem rápido, dançante contendo algumas baladas. Um exemplo disso, é o single “Lembranças de Um Dia”, que foi cantado em uníssono pelo público presente. A canção foi a mais votada na categoria Música do Ano, prêmio este oferecido pelo site O Som do Norte, que caiu nas graças dos internautas.

Destaque foram as performances incendiárias do guitarrista Bento Filho. O cara não parou um minuto sequer, pulando e cantando fazendo até quem estava parado, balançar o esqueleto e correr pra descolar um lugar a frente do palco. Jogando em casa a Alt F4 garantiu os 3 pontos na tabela, Sucesso é isso !!!

O encerramento do festival Grito Rock 2010 – RR, ficou por conta da banda Profétika do Amapá. Formada em 2008, e já acumulando um reconhecimento nacional, os integrantes da Profétika desembarcaram em Boa Vista sacando da mala uma explosão sonora tal como uma tijolada na vidraça, para a alegria da nação headbanger. Com um som punk, hard rock e heavy metal, influenciado por Megadeth, Metallica e Dream Theater, a banda praticamente sentiu-se em casa e comandou a platéia, mandando um show marcado pela pegada rápida que é uma característica do virtuosismo de seus músicos.

Pode se dizer que a apresentação da Profétika foi intensa, mostrando uma total dedicação nas canções próprias. Na saideira a banda agradeceu a produção do festival, prometendo voltar e dando vida longa ao Grito Rock.

Então é isso galera, o Grito Rock América do Sul 2010 – RR, chegou ao fim com os organizadores de a alma lavada. Dois dias de festival, 14 bandas, uma grande estrutura, que reuniu todas as tribos do rock numa geléia geral e contou com apoio de diversos setores da sociedade. Destacando também a sinergia entre músicos, jornalistas, artistas plásticos, cineasta, totalmente comprometidos com a produção artística, mostrando o que cada uma tem de melhor, desenvolvendo com muita humildade, projetos e ações integradas em prol exclusivamente dos artistas.Termino aqui com um Grito do velho roqueiro Neil Young, “KEEP ON ROCKIN IN THE FREE WORLD”!!! parabéns a todos e LONGA VIDA AO GRITO ROCK!!!!!


Produção do Grito Rock Boa Vista 2010

Por Sandro Nine
Colaborador - Coletivo Canoa Cultural

Um comentário:

  1. Gente, muito bacana a matéria, a Profétika falou super bem do Canoa Cultural! Lembrem de notificar a tocada da Ostin aqui no Amapá, seria massa também!
    bjs

    Jenifer Nunes

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